Semelhança
Minha alma guarda em si, silenciosa,
De toda a existência, uma fortuna,
Que vai enchendo aos poucos a lacuna
Que faz a vida em manha, caprichosa.
Em sua vigilância, de fiel aluna,
Não há experiência mais ditosa
Que aquela em que a alma fervorosa
Do saber, espera, a graça diuturna.
Embalo esse saber em harmonia
De laço, uso as forças da esperança
Assim jamais lhe perco a estadia.
Tornando-me habitat confortável
E do saber, vou tomando em semelhança
Um semblante de tom sereno... Inevitável.