DANÇA DA CHUVA

DANÇA DA CHUVA

No alto as nuvens correm quando o rebenque estala

e ao troar das vozes de chamas do berrante

a natureza sorri o vigor verdejante:

é a bênção do infinito; é a terra que fala.

A estiagem que vibra ao calor inflamante

sob as águas que caem se molha e se cala

leda a chuva dança sobre a terra que exala

o cheiro gostoso de terra nesse instante.

Rasgando o véu das nuvens o trovão reboa;

nas tumbas do além o eco sonoro ressoa;

ricocheteia em terra nos medos humanos.

Chuva que baila ao ritmo dos ventos e embebe

a terra do morro que destroça o casebre,

dizimando vidas em catástrofe insana.

Afonso Martini

011010

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 07/10/2010
Reeditado em 08/10/2010
Código do texto: T2543464
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