DANÇA DA CHUVA
DANÇA DA CHUVA
No alto as nuvens correm quando o rebenque estala
e ao troar das vozes de chamas do berrante
a natureza sorri o vigor verdejante:
é a bênção do infinito; é a terra que fala.
A estiagem que vibra ao calor inflamante
sob as águas que caem se molha e se cala
leda a chuva dança sobre a terra que exala
o cheiro gostoso de terra nesse instante.
Rasgando o véu das nuvens o trovão reboa;
nas tumbas do além o eco sonoro ressoa;
ricocheteia em terra nos medos humanos.
Chuva que baila ao ritmo dos ventos e embebe
a terra do morro que destroça o casebre,
dizimando vidas em catástrofe insana.
Afonso Martini
011010