Planta de Pandora

Fecho-me como dedos rente à tua palma

Que se aquecem do frio hálito inerte

Mas como primavera a neve derrete,

Me abro com teu olhar que renova e acalma.

Um silêncio que fala, que toca e escuto,

Ligeira sensação que o gelo descerra,

Frágil como criança órfã na guerra

E duro como barro, batido e bruto.

Restitui-me a graça, o riso, o quente e o sempre

De sempre compreender a voz dos teus sinais

Desvendar os mistérios dos teus arsenais.

Outrossim, se quiser, que à palma me centre,

Me toque indiferente e a planta se fecha

E não mais me abrirei aos olhos de flecha.

****************************************************

Alexandrino