Planta de Pandora
Fecho-me como dedos rente à tua palma
Que se aquecem do frio hálito inerte
Mas como primavera a neve derrete,
Me abro com teu olhar que renova e acalma.
Um silêncio que fala, que toca e escuto,
Ligeira sensação que o gelo descerra,
Frágil como criança órfã na guerra
E duro como barro, batido e bruto.
Restitui-me a graça, o riso, o quente e o sempre
De sempre compreender a voz dos teus sinais
Desvendar os mistérios dos teus arsenais.
Outrossim, se quiser, que à palma me centre,
Me toque indiferente e a planta se fecha
E não mais me abrirei aos olhos de flecha.
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Alexandrino