SONHO ÁPTERO

SONHO ÁPTERO

Sangrei o sonho alheio co’estilete dourado;

fui mordaz no uso da navalha “solidão”;

sob patas do meu corcel fiz sapateado;

no sonho azul cunhei mágoa e desilusão.

Amputei as asas brancas do amor sonhado

com a sicuta do ego macerei a emoção;

não fiz caso do pranto por ti derramado;

pisei forte nas dores do teu coração.

se algum dia perdoas quero ser amigo

com tua fronte no ombro vou chorar contigo

as mágoas da vida em solitária paixão.

Se o desprezo, entanto, guardares em teu peito

da lágrima dorida pingada em teu leito,

sei que o sonho desfeito não tem mais perdão.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 05/10/2010
Código do texto: T2538871
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