NINGUÉM SABE

Dizem que sou forte e me acham feliz,

Capaz de sorrir até diante da morte;

Que nada me preocupa, se faço ou fiz,

Que, indiferente a minha própria sorte,

Não conheço uma dor que me desconforte;

Que sou um homem rude e de dura cerviz;

Que a tudo suporto com erguido porte;

Que minha cruz é suave como a flor de liz;

E que o meu coração deve ser, por certo,

Assim como as pedras tão frias e duras,

Vazio de sonhos e de emoções deserto...

Porém, ninguém sabe das minhas agruras,

Pois que, certamente, nunca viram de perto

As lágrimas que choro e minhas desventuras.

Jorge de Oliveira
Enviado por Jorge de Oliveira em 04/10/2010
Código do texto: T2537359
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