Deixem-me Só
Bailam em meu quarto espectros miseráveis,
Pulam, gritam, falam frases embaralhadas.
Ora choram, ora dão doidas gargalhadas;
Suas vozes são palavras indecifráveis.
Ah, esses malditos seres indesejáveis
Que aparecem aqui todas as madrugadas.
Despertam-me com sonoras batucadas
E ficam fazendo algazarras intermináveis.
Assim, lentamente, vou me pondo louco,
Pois sem repouso meu corpo vai se enfraquecendo
Tanto, que, logo tornar-me-ei ao pó.
Fantasmas, fantasmas voltem lá pro inferno
E façam lá seus bacanais por tempo eterno:
Xô fantasmas, por favor, deixem-me só!...