QUEM DERA MIL DEMÔNIOS E O DIABO
Quem dera mil demônios e o diabo
Buscassem-lhe ferozes, com vileza;
E sendo esquartejado com frieza,
Tivesse a sua vida, assim o cabo.
Quem dera numa guerra, o fio da espada,
Tal qual um cão feroz comendo a presa,
Rasgasse a sua carne sem defesa,
E fosse a sua vida, assim tirada.
Porém, vede! É o inferno envergonhado!
E quedo está o demônio horrorizado
Ao ver ferido o herói, mas não na guerra.
O pão enrubescido sobre a mesa...
Ferido está o herói. De quem é presa?
Em mãos cristãs, a adaga que lhe ferra.
Moses Adam
Ferraz de Vasconcelos, 0310/2010
Mq.