GESSO

No olho, uma imensidão de mar volátil

É tudo que, de mim, a ti ofereço

Meu beijo, endurecido como gesso

De estátua inanimada, ao sol do pátio

Vai - se banhando em sangue pelo avesso:

Primeiro a cor profunda, após, o fácil

Sorriso impregnando os sais de cálcio...

E, então, provo do mesmo do começo:

A mesma mágoa fútil e envaidecida

Do vácuo onipresente e causticante

Que drena o fel que escorre na tua face

Com a boca mais doce que, em tua vida,

Irás sentir fremir, triste e constante,

Até que a Terra toda nos abrace.

Gabriel Castela
Enviado por Gabriel Castela em 03/10/2010
Reeditado em 03/10/2010
Código do texto: T2535135
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