DI...AMANTES

Estando num prosar desopilante,

numa rua do Rio de Janeiro,

Emílio de Menezes, bem ligeiro,

brilhou com trocadilho cintilante.

Viram vindo uma dama transbordante,

no trajar e no seu porte altaneiro,

que não tinha conceito lisonjeiro,

pois a sua fama era degradante.

Porque sofria vida comentada,

muitos abriam suas clarabóias

e a olhavam com seus olhos difamantes.

Quando ela passou toda ornamentada,

alguém então falou: - "Que belas jóias!"

E Emílio em rapidez: - "São di...amantes".

(03-01-1993)

[Nota: Este soneto é baseado no que relata Antonio Moreira de Souza, da Academia de Letras da Bahia, em seu livro Perfis Literários (Ensaios) - Gráfica Universitária, Bahia, 1977. Os diáligos entre aspas foram copiados deste livro.

Almir Câmara
Enviado por Almir Câmara em 02/10/2010
Reeditado em 03/11/2010
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