SEI-OS
Emílio de Menezes era inimitável
quando fazia trocadilho de repente.
Para bastante gente ele era detestável,
era considerado tal uma serpente.
Certa vez, numa recepção, estava afável
entre senhoras, cada qual muito decente.
A conversa fluía de forma agradável
até quando ele fez trocadilho indecente.
Uma das damas perguntou-lhe se sabia,
pensando no intelecto e não na anatomia,
pois era aquele o tema que tinha-se em hora,
quais eram da mulher os principais encantos,
e ele olhando no corpo dela certos cantos,
de pronto respondeu: - "Sei-os, minha senhora".
(08-11-1992)
[Nota: Este soneto é baseado no que relata Antonio Moreira de Souza, da Academia de Letras da Bahia, em seu livro Perfis Literários (Ensaios) - Gráfica Universitária, Bahia, 1977. O diáligo entre aspas foi copiado deste livro.