Contemplação

Silêncio. Sobe a Lua em traço lento

No vão do espaço aberto, um coração

Asperge alma de flores pelo vento

Tingindo com florais o teu portão

Vultuoso, o Céu se deita sobre a Terra

Derrama pó de estrelas no seu ventre

Que contra a estéril noite, em vão, se aferra

Deixando que o fecundo luar lhe entre

Meu amor é semelhante ao chão carente

P´lo céu dos teus olhares fascinado

Coberto pela dor algoz, pressente

Teus braços, como um manto azul - dourado

De todas as estrelas, fluorescente

Trazendo o fim da noite ao descampado.

Gabriel Castela
Enviado por Gabriel Castela em 02/10/2010
Código do texto: T2533654
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