Contemplação
Silêncio. Sobe a Lua em traço lento
No vão do espaço aberto, um coração
Asperge alma de flores pelo vento
Tingindo com florais o teu portão
Vultuoso, o Céu se deita sobre a Terra
Derrama pó de estrelas no seu ventre
Que contra a estéril noite, em vão, se aferra
Deixando que o fecundo luar lhe entre
Meu amor é semelhante ao chão carente
P´lo céu dos teus olhares fascinado
Coberto pela dor algoz, pressente
Teus braços, como um manto azul - dourado
De todas as estrelas, fluorescente
Trazendo o fim da noite ao descampado.