Soneto Noturno

Concreto, o luar pleno, em mim, derrama

Tanto silêncio decomposto em bruma...

E o céu, banhado todo da sua espuma,

Vem vil, dourado, esplandecer na lama

Sorvo sedento, transtornado em suma,

As gotas acres que a tristeza inflama

Choro sagrado! - Não te diz que ama

Quem mais da boca tua se perfuma!

Trago no rosto casto de alegria

Paisagens mortas se fundindo em aço

Vozes noturnas me moldando o dia

Tolhendo luz se, pelos céus, eu ando

Quando o perdido som do nosso passo

Hei - de encontrar, eternidade, quando?

Gabriel Castela
Enviado por Gabriel Castela em 02/10/2010
Código do texto: T2532974
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