CONSELHEIRO E "OS SERTÕES" [CCXLV]
Em Quixeramobim, Antônio Conselheiro*
fora – pela mulher – passado para trás;
e, desgostoso, pôs-se a místico, demais,
fanático andarilho, no Nordeste inteiro.
Na Bahia, depois, um líder, muito audaz,
um bravo chefe de carolas, guerrilheiro
a quem republicanas tropas, por dinheiro,
estraçalharam todo, como não se faz.
O arraial de Canudos fez-se um fogo só!...
Seus cinco mil viventes, pois, viraram pó
e a bela saga, triste, vive em “Os sertões”.
Comovente romance, um gol de narrativa!
Aí foi onde Euclides pôs a dor mais viva
do sertanejo simples contra os tais barões.
Fort., 29/09/2010.
(*) Sobre o extraordinário livro de Euclides
da Cunha e, em particular, sobre o corneado
cearense Antônio Conselheiro, que virou um
personagem importante também da História
do Brasil, teria alguém que escrever não um
pobre soneto, em versos alexandrinos, mas
uma epopeia, ou, no plural, várias sagas e
epopeias, para traduzir os reais valores des-
ses dois ícones temáticos da Literatura e
da Sociologia da História, em nosso País. A
“Guerra de Canudos” ainda não foi devida-
mente levada em conta pela consciência na-
cional. Estudemo-la com mais e melhor boa
vontade!