RAZÃO DO MEU PRANTO
Eu verto este meu amargo pranto
Como, por certo, também verteria,
O mendigo que seu único manto
Alguém roubasse numa noite fria;
Eu choro, sim, talvez, tanto e quanto,
Também alucinado choraria
Um avarento ao ver, com muito espanto,
Sua arca do tesouro já vazia.
Deixe-me, então, chorar minha agonia!
Vou lhe dizer a razão do meu pranto...
Você, no meu lugar, não choraria?
Eu soluço de dor e desencanto,
Por que me foi roubada a alegria
Do amor daquela que eu amo tanto.