Soneto n.158
MEU CÉU INTERIOR
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O meu cárcere tem chave oculta
a esconder um sentimento nobre,
e sequer por pressão e consulta,
a minha alma arisca se descobre.
E se a contradição vem ... avulta,
se a tudo apaga, a tudo encobre,
é que meu desatino é a catapulta
nascido tal como precioso cobre.
Ah! Arrasto o silêncio e o segredo,
entre o breu e uma pia de batismo,
inutilmente mergulhada em medo.
Quisera trocar tanto frio pelo Amor,
derramar mais paz em meu lirismo,
e plantar o Sol em meu céu interior!
Silvia Regina Costa Lima
27 de setembro de 2010