AMOR EM DESALINHO [CCXLIV]
Tão simples, desfolhou-se o meu afeto,
assim que a contemplei da vez primeira;
mas seu olhar, também, me deu bobeira,
donde nascido o nosso amor completo.
Uma paixão, sem fim, brandiu inteira,
talvez, dos céus subida lá no teto...
Excelso amor que se nos fez dileto,
lume que nos fez ir à cumeeira.
E nos ficamos como duas aves,
unidas sempre, e já na mesma fronde
– lindos dias, em tempos tão suaves.
A vida, transmudada em torvelinho,
agora, de um passado nos esconde
só fagulhas de amor em desalinho.
Fort., 27/09/2010.