AMOR EM DESALINHO [CCXLIV]

Tão simples, desfolhou-se o meu afeto,

assim que a contemplei da vez primeira;

mas seu olhar, também, me deu bobeira,

donde nascido o nosso amor completo.

Uma paixão, sem fim, brandiu inteira,

talvez, dos céus subida lá no teto...

Excelso amor que se nos fez dileto,

lume que nos fez ir à cumeeira.

E nos ficamos como duas aves,

unidas sempre, e já na mesma fronde

– lindos dias, em tempos tão suaves.

A vida, transmudada em torvelinho,

agora, de um passado nos esconde

só fagulhas de amor em desalinho.

Fort., 27/09/2010.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 27/09/2010
Código do texto: T2524172
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.