verso, quase concreto...


verso concreto na palavra arquitetônica:
poesia estaca numa língua toda tônica;                        
sílaba ferro sustentando uma linguagem;
signo imperfeito reinventando outra miragem...   
         
– eu pouco lírico arrotando rima louca;
– eu nunca épico... céu azul dentro da boca;   
– eu sempre trágico insistente e delirante;
– eu muito cômico abraçando a minha amante...

palavra, casa, abrigo sempre em construção;
letra, argumento e fundamento de ilusão; 
– na arquitetura metafórica e insistente:
verso, som, ruído, toda língua menos dente... 

– poema, palavra, rima, verso e coração:
poesia-ponte para tudo o que não é urgente...