TROFÉU DE ESTRELA
Tristonha criatura, sem um teto,
A vagar pelas ruas da cidade,
Calçada de um tamanco obsoleto,
Coberta de farrapos da humildade.
Bate à porta, procura um doce afeto,
Um pouco de comida, piedade!
No lixo, cata o prato predileto:
Restos de frutas, sempre em quantidade.
Porém, um dia, em pestilência e arquejo,
Descerá para a fria sepultura,
Sem missa, sem discurso, sem cortejo.
Mas, sua alminha há de subir ao Céu
Tendo uma estrela luminosa e pura
Por merecido e cósmico troféu!
Salé, 1º./09/98, às 22h 50min