POR VIR
Minha alma claustrofóbica chia,
Pela prisão espessa dessa matéria.
Na minha mente um pensamento alumia,
A dor epiginia da falta.
Esta mesma alma que falta,
Pra deixar o ímpar completo.
O finito sedento, num infinito alento,
E acabar com dor da espera.
Trago a triste chama do por vir,
Tendo um incessante medo do fim,
Da nítida imagem sua, na janela.
Lembro-me em poucos segundos da infância,
Tentando esquecer uma vida de arrogância
E passar o resto da eternidade penando sem o amor dela.