DESILUSÃO
Quando a vida de mim se afastar
A tenebrosa morte virá
De profundas cavernas e será
Mil vezes melhor que te amar.
Da vida amarga e injusta
Só levarei flores e fitas
Palavras cruas e malditas
Que nem da morte a voz me assusta.
Pela eternidade levarei
A dor de um amor sofrido
Nos caminhos da vida que errei
Quizera em vida ser querido
Mas só na morte é que o serei
Por quem já me tenha perdido.
Belo Horizonte, 24 de fevereiro de 1976.