POBREZA
Andaste pelo mundo e só encontraste beleza
Nada te impede de ser feliz, só te resta sorrir! Oh, vossa alteza.
Caminhe descalça e pise em espinhos, sentiras dor e fraqueza,
Esqueceste de ver o outro lado, donde só mora a tristeza.
Há sempre uma criança que falta sorrir, não basta apenas riqueza.
Exibisse mais alegria num camponês, do que numa criança burguesa. Porque será? Dê-me a resposta! Oh vossa abadessa.
Ti encastelaste, infeliz e solitária dentro desta fria fortaleza.
Sentis alegria em oprimir e degredar toda e qualquer pureza,
Nada custa, jogar fora toda tua maldade e avareza.
Alimenta teu espírito, pra teu corpo sentir largueza.
Depois que a morte chegar, amazona de tão nobre grandeza,
Teus dias vão contar, vais ouvir e calar,
Daí então verás, que desta vida no teu espírito só tivestes pobreza.