AMOR VIRTUAL

AMOR VIRTUAL

Quanta saudade que trago no peito agora

onde há um homem só, na casa cabe um casal.

No organismo instalar solidão, lhe faz mal,

se pilha em pranto dorido ao romper da aurora.

Pensando que bastasse um amor virtual

amortizei este dito que homem não chora

mas quando a melancolia sua alma devora

anseia pela tumba pintada de cal.

Mas esta vida é ingrata e traz tantos azares,

não é gosto só de um, serve a tantos milhares

e o homem se vê faminto e com sede e sem cor.

Há só a ingrata esperança emoldurando a vida

que a mulher de tão longe nomina querida

e ela reponde, teclando, o chama de amor.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 22/09/2010
Reeditado em 22/09/2010
Código do texto: T2513150
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.