Musa da Noite

A noite é um algoz para quem faz poesia,

porque é nela que surgem as musas e as rimas

que às vezes procuramos durante todo o dia

e só de madrugada a busca então termina.

Por causa desse fato o poeta é um insone,

vê as horas passarem enquanto está desperto,

como esperando o chamado de um telefone

que vá lhe transmitir algum recado certo.

Mas o imaginário telefone permanece mudo,

sem romper a madrugada com seu toque agudo

e sem que se ouça do outro lado voz alguma.

E logo quando raia um outro dia, esse poeta

corre porque algo lhe inspirou a poesia completa

antes que essa inspiração se volatize e suma.

Amaury Nicolini
Enviado por Amaury Nicolini em 22/09/2010
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