Passos...
Ontem reli teus passos, e há passos lentos me encontrei por eles
Cobri meu rosto com o manto das lembranças deixadas ao lado
Sobre a sala uma melancolia como a última valsa que tocava
E restava ainda um cigarro, que insistia em queimar no cinzeiro
A porta entre aberta respirava o bafo frio da noite que chegara
E como se não basta-se a lua iluminava a sombra dos retratos
E novamente entre linhas você me falava de um amor amigo
Palavras gastas com o tempo, e uma lagrima no olhar
Talvez deva eu me calar e tomar um ultimo gole de vinho amargo
Deixar que a vida cuidasse de nós, e ficar apenas com lembranças
Mas o que fazer com tudo isso, se ainda sinto teu cheiro no quarto...
Teus passos calmos, teu sorriso solto, a lembrança me trai o peito
Mas resisto ao fim do ultimo trago, relendo velhos textos abandonados
E culpando a distancia do tempo que nos fez separar novamente...