soneto a maria madalena

Nevrótica com as medidas do seu corpo

Vassala da vaidade e da luxuria,

Capitalista como toda mulher do porto

Que aluga o corpo depois sente angustia.

Apócrifa renascida dos mortos,

Traz na boca a pesçonha da moréia.

Imutável sobre sonhos tortos,

Que a transformou numa triste morféia.

Mas, depois que a sombra da mãe encobrir o satélite,

E acabar com toda essa esfera,

Sub-existir não vai ser tão valioso.

como beijar a boca de uma fera,

Que ama com intenção no bolso,

Quando acabado, odeia e exonera.

Cristiano Leandro
Enviado por Cristiano Leandro em 20/09/2010
Código do texto: T2510187
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