soneto a maria madalena
Nevrótica com as medidas do seu corpo
Vassala da vaidade e da luxuria,
Capitalista como toda mulher do porto
Que aluga o corpo depois sente angustia.
Apócrifa renascida dos mortos,
Traz na boca a pesçonha da moréia.
Imutável sobre sonhos tortos,
Que a transformou numa triste morféia.
Mas, depois que a sombra da mãe encobrir o satélite,
E acabar com toda essa esfera,
Sub-existir não vai ser tão valioso.
como beijar a boca de uma fera,
Que ama com intenção no bolso,
Quando acabado, odeia e exonera.