OS PRIMEIROS BEIJOS

Quando a bruma da noite desce fria,

Qual manto de tristeza e soledade

Sinto, na dor pungente da saudade

Uma atroz e infernal taquicardia...

Passo a viver na fantasmagoria

Abrupta da irracionalidade,

Na ilusão que sufoca sem piedade

Até que a aurora surja em novo dia.

Que noite horrível! Pesadelos! Dor!

Fantasmas! Ilusões! Punhais de amor!

Hecatombe cruel dos meus desejos!

Ah! Quase morro. Que imbecil e estulto!

Por um amor antigo, um doce vulto

Que me deu os felizes primeiros beijos!

Salé, 12/07/1998, às 13h e 55min