NO TEATRO DA VIDA
Odir, de passagem
Um homem só escuta o que inexiste,
apesar do silêncio à sua volta.
Seu semblante é alegre, às vezes triste,
misto de aceitação e de revolta.
Entre quatro paredes ele insiste
em ser livre, dos sonhos sem escolta.
Sonhos que falam, cantam, que ele assiste
no mundo imaginário onde se solta.
Um homem só soluça, ri, gargalha,
amarga a mais amarga da amargura
e nos próprios sentidos se atrapalha.
Faz mogiganga e foge da figura
para vestir o véu com que trabalha
no teatro burlesco da loucura!
JPessoa, 17.09.10
Odir, de passagem
Um homem só escuta o que inexiste,
apesar do silêncio à sua volta.
Seu semblante é alegre, às vezes triste,
misto de aceitação e de revolta.
Entre quatro paredes ele insiste
em ser livre, dos sonhos sem escolta.
Sonhos que falam, cantam, que ele assiste
no mundo imaginário onde se solta.
Um homem só soluça, ri, gargalha,
amarga a mais amarga da amargura
e nos próprios sentidos se atrapalha.
Faz mogiganga e foge da figura
para vestir o véu com que trabalha
no teatro burlesco da loucura!
JPessoa, 17.09.10