soneto do penhasco

Quero um veneno doce

Que tenha gosto de pecado,

Do meu corpo apenas a parte podre

Dos teus lábios, destrinchar um grande pedaço.

Não tenha dó desse moribundo pobre

Sem se quer tem força pra laçar o cadaço,

No entanto, muita pele pra fazer um odre,

Só uns poucos sonhos pra colorir o espaço.

Chuva fina que molha minha capa de lorde

E faz cobrir a lua sobre minha cara de tacho,

Ludibriando minha timidez que morde.

Sobre a cabeça um imenso penacho

Que te faz enxergar, verônica a morte,

Ou encontrar minha redenção no final do penhasco.

Cristiano Leandro
Enviado por Cristiano Leandro em 17/09/2010
Reeditado em 18/09/2010
Código do texto: T2504019
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