soneto do penhasco
Quero um veneno doce
Que tenha gosto de pecado,
Do meu corpo apenas a parte podre
Dos teus lábios, destrinchar um grande pedaço.
Não tenha dó desse moribundo pobre
Sem se quer tem força pra laçar o cadaço,
No entanto, muita pele pra fazer um odre,
Só uns poucos sonhos pra colorir o espaço.
Chuva fina que molha minha capa de lorde
E faz cobrir a lua sobre minha cara de tacho,
Ludibriando minha timidez que morde.
Sobre a cabeça um imenso penacho
Que te faz enxergar, verônica a morte,
Ou encontrar minha redenção no final do penhasco.