A Rosa
(A Daniel Ciarlini)
Vês o campo baldio, a terra abandonada,
que, sem nenhum cuidado, atrai mal para si:
sujeira, lixo, tralha e o mais que vês aí.
Pensas, então, que a vida aí não há em nada.
Porém achas, pequena e em timidez amuada –
mas tendo vigor forte igual eu nunca vi – ,
uma rosa! Lá ela aparece pra ti
como a visão divina e alegre de uma fada!
O mundo é campo sujo: aqui se vem lançar
o que não presta. O lixo abarrota o lugar.
Porém uma força há que insiste e não se cansa:
embora que a sujeira ao nosso mundo dão,
mesmo que o mundo esteja imerso em podridão,
as rosas vão brotar e haverá esperança.
Filipe Cavalcante
09.X.2009