ARAPONGA

ARAPONGA

Voz plangente, que por araponga se tome

escondido sob o verde onde a sombra impera,

o estridente eco ricocheteando na serra

reboando entre os montes, chamava teu nome.

Mas ai! corpo em chamas vestindo o uivo da fera,

que anda silente entre ervas que o fogo consome,

esgotou-se de angústias com sede e com fome,

a ouvir o teu silêncio, prostrado por terra.

Se a vida é esperança que cativa emoções

se a pantera ardilosa fere corações,

resta o escuro da noite ao compasso da dor.

Porém a araponga com seu grito plangente

com decibéis incríveis se faz de demente

e chama em prantos doridos seu único amor.

Afonso Martini

15/09/10

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 16/09/2010
Reeditado em 16/09/2010
Código do texto: T2500998
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