ARAPONGA
ARAPONGA
Voz plangente, que por araponga se tome
escondido sob o verde onde a sombra impera,
o estridente eco ricocheteando na serra
reboando entre os montes, chamava teu nome.
Mas ai! corpo em chamas vestindo o uivo da fera,
que anda silente entre ervas que o fogo consome,
esgotou-se de angústias com sede e com fome,
a ouvir o teu silêncio, prostrado por terra.
Se a vida é esperança que cativa emoções
se a pantera ardilosa fere corações,
resta o escuro da noite ao compasso da dor.
Porém a araponga com seu grito plangente
com decibéis incríveis se faz de demente
e chama em prantos doridos seu único amor.
Afonso Martini
15/09/10