O POETA - 2
O poeta é um ser humano com requintes
De paixão, de rancor e de justiça.
Ele faz de um cadáver, com acintes,
Um monumento heróico de cobiça.
E faz também pelas manhãs seguintes,
Da mulher orgulhosa e metediça
Que menospreza e foge dos pedintes,
Um montão nauseabundo de carniça.
É sua lei, sua justiça plena:
Amar quem o ama, com paixão serena,
E destruir a quem lhe tem rancor.
A musa é a sua deusa, o seu troféu,
E por ela, ele vai do inferno ao céu
Tecendo imagens de um profundo amor
Salé, 18/05/03, às 09h e 58min