ASSIM SE FEZ UM SONHO
Odir, de passagem
Assim se fez um sonho, de repente!
Eu que sequer sonhar sabia mais,
um barco a navegar contra a corrente,
nau à deriva procurando um cais...
Eu que não mais rendia ao sol nascente
as cantigas de amor em madrigais,
nem dourava-lhe o drama do poente,
gozo-lhe as cores, verso-lhe murais!
Um sonho a mais, e mais me sinto amante
da vida, que se aviva a cada instante
nas prosas e nos versos que componho.
Apenas um sorriso foi bastante
para deixar minh’alma vulnerante.
E, de repente, assim se fez um sonho!
JPessoa, 14.09.10