Ressentimento
 
Bacante! Tu me chamas, com ironia
Perdida e só no pélago da vida,
Nas alvacentas brumas, tão vencida!
Um simulacro só, sem galhardia!
 
Mísera nau, ao léu, sem luz do dia!
Assim me tens, bacante, só, perdida...
E que lasciva, nua, desmedida,
A todos, sem pudor, sempre assedia.
 
No teu olhar não vejo mais o lume,
Daquele amor que fora meu antanho
Ficou tristonho, sem alumbramento!
 
Não sou bacante, ou vinho que se escume,
Em qualquer boca impura d'um estranho!
No coração só tens ressentimento!
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 14/09/2010
Reeditado em 14/09/2010
Código do texto: T2496857
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