SONHANDO SONETO
Odir, de passagem
O teclado à ternura me convida:
“- Senta-te, sonha e serve-me um soneto!”
Sentado estou, mas sinto estar sumida
a musa, de meus versos o amuleto!
Passo, então, a pensar na minha vida,
em partes do passado me intrometo,
a ver se lembro de paixão perdida,
de tema triste, de falaz faceto.
A noite não me nega a natureza.
Pela janela, o jogo de um jambeiro
balança a brisa, em lírica leveza.
Decantá-la decido, mas primeiro
preciso de poesia e da certeza
de sonhar um soneto por inteiro!
JPessoa, 13.09.10B