PERPÉTUA PRISÃO
Odir, de passagem
O teu beijo inda vive, é prisioneiro
em perpétua prisão na minha boca,
do nosso gozo após a ânsia louca,
dos pecados dos lábios o primeiro!
Não sei se mentiroso ou verdadeiro,
se por desejo ou de vontade pouca.
Só sei que a tua voz, suave e rouca,
fez-me tragar teu beijo por inteiro!
Agora, quando um novo beijo almejo,
quando outro beijo a minha boca implora,
não preciso ir atrás desse desejo.
Beijo o teu beijo pela noite afora,
por todo o dia esse teu beijo eu beijo
porque jamais de mim irá embora!
JPessoa, 07.09.10