Casulo

Era para sermos borboletas,

era para termos várias cores.

Não me digam de esplendores

só em caudas de cometas.

Porém, entre ossos e nervos,

prisioneiros somos, de nós.

Feitos de tantos barros e pós;

de alguém, simples servos.

E buscamos espaços e céus,

em asas postiças e tortas,

em voos forçados e tristes.

E levantamos cortinas e véus,

cavamos só coisas mortas

para ver se a vida existe.