VAIDADES
Vaidades
Há alturas da vida que nos julgamos,
Donos deste mundo em que vivemos,
E na maioria das obras que fazemos,
O principal alicerce descuidamos.
São os bens materiais por que lutamos,
Ou as vãs glórias que pretendemos,
A fama com que nos envaidecemos,
E as efémeras divindades que adoramos.
É a vontade que temos de ser notáveis,
Ou o rumar por labirintos inviáveis,
De caminhos cujo fim desconhecemos.
É o amealhar coisa inúteis e dispensáveis,
Ou a ambição e o orgulho insaciáveis,
Do nada que somos ou que valemos.