JABUTICABEIRA NOIVA

Vestiu-se de branco, se desfazendo à espera,

Permitiu-se decotada aos beijos fecundos

Nem mesmo aguardou a alvura da primavera,

Havia aflorado os desejos mais profundos.

Pintou de carmim os seus seios pequeninos

Aguçando lábios carentes e lascivos

Dos desejosos que partiam em desatinos

Rumo ao seu corpo provocante e permissivo.

Com seu verde véu arrastando além da dança,

Debruando delgados ramos farfalhantes,

Às carícias e aos beijos deixou-se mansa.

O lenho prenhe que tramava a sua cintura

Arcou-se terno à volúpia dos seus amantes,

Transformando o climax em gotas de doçura.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 10/09/2010
Reeditado em 16/09/2010
Código do texto: T2490166