PREFIRO

Prefiro um burro vivo a um gênio morto!

Um pecador que lavra a terra e planta

Vale mais que o beato que só canta

E só de reza vive e de conforto.

Prefiro um prestativo embora torto

Já alquebrado de velhice tanta

Que, ao ajudar nos mimoseia e encanta,

Ao vagabundo reles e absorto.

Prefiro a Terra, enquanto é tempo ainda

De aprender, de sofrer, de evoluir,

Que a glória celestina do porvir.

A caminhada á perfeição é infinda...

Só existe no presente e é doce e linda

A quem vive a ajudar e a repartir.

Salé, 30/01/2003, às 05h 31 min