TEATRO DE FIGURANTES

No mesmo palco de promessas manipula-se a retórica

E discursos soam ao vento pela realidade mórbida!

Com a fome se barganha a inconsciência coletiva,

E num grito se projeta a arrogância Estadista.

Vãos projetos nos mantêm de lucidez amordaçada!

Sucumbida à falácia que a poucos horroriza,

E refém de ervas daninhas na terra mimetizadas,

Surge "nova primavera" de frágeis flores fictícias.

Nos palanques só há espaços para o quê se urge ouvir,

Não há atos, só descaso para o povo ressurgir!

E se há voz que se levanta frente às cenas produzidas

Soa um grito a confundir o coração que agoniza.

No teatro, triste palco em que o projeto é o poder!

Figurantes- somos todos!- na história a nos perder...