Sonho

Dois lindos olhos, enfim, grata lembrança

Daquele vulto esbelto a desfilar faceiro,

Para este coração aventureiro

Suficiente ser a semear esperança.

Mas eram só dois olhos, sons e ritmos,

Na noite, no divã da vida alvissareira,

Num desfilar da sorte passageira,

Acolhedora desse meu conflito.

Um tenro sentimento alimentado em sonho.

Nem todo cético como deveria

De imaginar seu nome que ainda nem sabia.

E nem o tempo cordial, suponho,

Do âmago do meu ser calar podia

Aquele amor que aos poucos me engolia.

Justino (09/2002)

Justino Francisco
Enviado por Justino Francisco em 08/09/2010
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