Sonho
Dois lindos olhos, enfim, grata lembrança
Daquele vulto esbelto a desfilar faceiro,
Para este coração aventureiro
Suficiente ser a semear esperança.
Mas eram só dois olhos, sons e ritmos,
Na noite, no divã da vida alvissareira,
Num desfilar da sorte passageira,
Acolhedora desse meu conflito.
Um tenro sentimento alimentado em sonho.
Nem todo cético como deveria
De imaginar seu nome que ainda nem sabia.
E nem o tempo cordial, suponho,
Do âmago do meu ser calar podia
Aquele amor que aos poucos me engolia.
Justino (09/2002)