O ROSTO DA PAIXÃO
Meu silêncio escapa pelas frestas da consciência
Esparrama-se no tapete vermelho das lembranças
Silenciando as vozes alucinantes da razão
Meu amor ajoelha-se, escravo dessa saudade
Algemado nas correntes insólitas do emocional
Perdido num labirinto de ilusões libertas
Vejo no rosto da paixão um sorriso debochado
Como quem reconhece o caminho sem volta
Onde as flores desabrocham e o colorido reina
Deixando o perfume viciante do amor em flor
Quem consegue afastar-se de brilho tão intenso?
Dessa luz que penetra e ilumina minha escuridão?
Da paz desse silêncio emoldurado em lembranças?
Do vício insano que traduz essa paixão?