E F Ê M E R O
EFEMERIDADE
A vida brinca amiúde em traçar meus medos
descendo lépida pelo corrimão da escada,
das vicissitudes faz seu trono, mais nada;
se penso vida, escorre pelos vãos dos dedos.
Incentiva-me a escrever-lhe a história, calada,
na certeza de seus encantos e segredos.
faz questão mesmo de mostrar-me alguns enredos,
mas minha alma descrente já está fatigada..
já não espero ser feliz quanto eu queria
já não há esperança, só existe fantasia
mas a combustão/fantasia é solidão.
Ah, quem me dera existir mulher nesta vida
que fale a língua dos sonhos enternecida;
que seja o elo da vida de alma e coração.