Por um Amanhã

Eu devo o dono do mercado e não posso pagar,

E a dona da casa que há dias me vem reclamar?

Pobre negro pobre que trabalha pra gastar,

Num tem nem calça nova nem camisa pra usar.

Passo a distancia pra ninguém me acenar,

Mudo sempre de esquina pra ninguém me marcar,

Que vida dura! Todo dia cinco quase nada a sobrar,

Todo dia de trabalho até feriado e sem me cansar.

Meu mês está lotado de dias e horas feitas

Mas minha dívida na padaria cresce toda manhã

Que picardia! Esforço-me tanto e no final nada me resta.

E quando vai à feira só a passeio não tem nem pra maçã,

Cadê o guarda-chuva! Nada é chuva na testa.

Assim sendo eu cidadão brasileiro sonho por um amanhã.

Patricius
Enviado por Patricius em 06/09/2010
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