Setembro
 
Seca-me a garganta e queima-me os olhos
Esse ar quente e seco que me assola.
Quisera cá não viver nesse agora,
Quisera nutrir e viver d'outros sonhos.
 
Pudera esse vento que vem do sul trazer esperanças
De uma existência menos seca e desolada
Mas o vento já não fala nada
Nenhuma mensagem traz de suas andanças.
 
Devo restar nesse solo ardente
Mesmo que se queimem meus membros,
E se rachem meus lábios inertes.
 
De outra coisa não mais me lembro,
Não sinto o gosto da chuva, não conheço mais preces
Mas tenho em mim de sobreviver setembro.
 
Fábio Codogno
Enviado por Fábio Codogno em 05/09/2010
Código do texto: T2480397
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