A prisão dos prazeres

A feira eletrônica do trabalhador...

Quando penso que não, volta e meia, já estou lá

Toco a superfície da alma, mas com pavor...

A confissão, no porre, na mesa de bar,

É tragicômico. Misto de riso e dor

Pra de noite, a audiência se deliciar.

Caminho às multidões, transgressores de mentes!

Eu clamo ao Uno que ouça a metade do terço!

Anseia a prisão dos prazeres aos tementes.

Por isso, o vício pelo gozo vem de berço.

À liberdade o escravo liberto se prende

E dela procura livrar-se a qualquer preço.

Refletir sobre tais verdades não me ofende.

Todos os dias, inauguro um novo começo.

RENATO PASSOS DE BARROS
Enviado por RENATO PASSOS DE BARROS em 26/01/2005
Reeditado em 29/01/2018
Código do texto: T2479
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