SONETO DE PASSAGEM
Para Jefferson Tavares
Um fim de dia, paisagem
de um sol a não se pôr
um céu sem vida, sem cor:
o prenúncio de uma viagem
Um chorar, em ângulo raso
a inundar toda a cidade
o contemplar, sem piedade
da sua vida, o ocaso
Todo o corpo a gritar
com meus ossos quebrados
e meus olhos molhados
são agora, meu mais forte músculo
e se recusam a acreditar
nas cores deste crepúsculo.