SONETO DE PASSAGEM

Para Jefferson Tavares

Um fim de dia, paisagem

de um sol a não se pôr

um céu sem vida, sem cor:

o prenúncio de uma viagem

Um chorar, em ângulo raso

a inundar toda a cidade

o contemplar, sem piedade

da sua vida, o ocaso

Todo o corpo a gritar

com meus ossos quebrados

e meus olhos molhados

são agora, meu mais forte músculo

e se recusam a acreditar

nas cores deste crepúsculo.

Marcelo Lopes
Enviado por Marcelo Lopes em 15/06/2005
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