Soneto n. 153




A lua mingua. E na língua, retida,
a palavra proibida, inda não dita,
talvez por ser assim meio maldita,
e ao teu bem-querer estar rendida.

Há esta palavra, sempre escondida,
e nela - atado - o meu ser se agita,
minh'alma permance tensa e aflita,
feito uma criança que é reprimida.

Quisera poder dizê-la
logo - plena,
mudar meu destino e toda a cena,
abrir o peito...rasgar-te o coração.

Mas não posso. Ah! Como fazê-lo
se o teu desamor é um pesadelo
já incapaz de amor e de paixão?!

Silvia Regina Costa Lima
2 de setembro de 2010


SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 02/09/2010
Reeditado em 02/09/2010
Código do texto: T2474206
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