Tarde
Fagner Roberto Sitta da Silva*
Sol inclemente sobre as plantas, segue lento,
secando tudo: folhas, flores, solo... Nada
poderá escapar da sanha ensolarada
enquanto não chegar a chuva e leve vento?
A terra clama, pede chuva, e só lufada
quente, em resposta, é devolvida... Que tormento
sente o solo, que clama engasgado e sedento,
vendo o mato engolido por grande queimada.
Globo suspenso, atravessando o céu aberto,
parece feito de metal incandescente
este profuso sol em pleno azul deserto.
Um solitário sol vagando pela tarde
sem nuvens, cáustico e voraz, presença ardente
que segue castigando a natureza que arde...
29 de agosto de 2010.
*Membro da APEG - Associação de Poetas e Escritores de Garça.
Página Pessoal: http://fagnerroberto.blogspot.com