CHEIRO DE PAIXÃO!
Ah! Este cheiro penetrante nas narinas
Que me invade, rasgando-me as entranhas.
Com ousadia, aproxima-se e me assanha,
Cheiro de amor, cio da terra que alucina!
Anestesia meus sentidos, tal morfina,
Na morbidez dessa escravidão tacanha.
Abre-me as garras em perfeita artimanha
E ao resto de meu pudor, fere e assassina!
Ah! O perfume agridoce e embriagador,
Da alquimia de dois corpos - no suor
Dessa cascata de luxúria clandestina.
E no descanso que se prolonga – após
O ímpeto de nosso desejo feroz
Que nos tomara como ave de rapina!